Grupo entrou na Câmara devido ao complexo cálculo dos quocientes eleitoral e partidário
POR JULIANNA GRANJEIA - O GLOBO
Dos 22 deputados federais envolvidos na Operação Lava-Jato incluídos na lista levada pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que sejam investigados, só dois foram eleitos por voto direto. O restante não teve votação suficiente, mas entrou na Câmara graças ao complexo cálculo dos quocientes eleitoral e partidário.
Ou seja, a soma dos votos de legenda e os chamados puxadores de voto beneficiaram nomes que passaram a responder à Justiça devido às denúncias que assolam a Petrobras. Para especialistas, o cálculo que levou à eleição da maioria desses parlamentares, um dos temas em discussão na reforma política, gera distorções no sistema representativo.
É o caso do deputado Simão Sessim (PP), que teve apenas 58.825 votos mas foi beneficiado pela coligação PMDB/PP/PSC/PSD/PTB, do Rio de Janeiro. A chapa teve como estrela o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que recebeu 232.708 votos, e, assim, ajudou a eleger outros parlamentares da coligação. Sessim foi citado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa em depoimentos da Lava-Jato.
Segundo Costa, o deputado pediu uma "valiosa ajuda" para indicar uma locadora de veículos de um amigo para "grandes empresas".
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