Tribuna
do Norte - Hoje pelos menos 17 mil agropecuaristas do Rio Grande do Norte
contam com a ajuda de instituições públicas para manter o rebanho e a produção.
O número à primeira vista impõe respeito, mas se intimida diante do universo
geral de produtores do Estado. Segundo dados do Idiarn, existem hoje mais de 48
mil criadores de gado registrados no Estado. Pouco mais de três mil são
atendidos pela distribuição de sorgo e milho do Governo do Estado, segundo
dados da Emater. Além disso, cerca de 14 mil produtores compram milho a um
preço abaixo do mercado através da Conab.
Segundo os próprios
atingidos, é por conta de números como esses que a situação das comunidades
rurais no interior do Estado pouco mudou desde o início da estiagem. A TRIBUNA
DO NORTE visitou várias cidades em maio e registrou as dificuldades encontradas
por conta da seca. Francisco das Chagas foi um dos entrevistados. Sete meses
depois a situação pouco mudou. "Temos menos bichos morrendo, mas isso é
porque boa parte do rebanho morreu naquela época", lamenta o criador. Até
dezembro cerca de 50 animais morreram no assentamento Seridó.
A principal dificuldade
a persistir na vida das comunidades rurais do interior do Estado é a falta de
pasto e água para o gado. "Existe a ração do Governo do Estado e o milho
da Conab, mas nem todos os colonos conseguem ter acesso. O cadastro não contempla
todos", diz Francisco das Chagas. Com os reservatórios esvaziados e o chão
tão seco que até a palma e o xique-xique começa a murchar, os produtores têm
duas possibilidades: ou compram a ração ou esperam pelo Governo. Os
"menores" não tem como desembolsar o necessário para comprar ração.
Dependem dos governos.
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