A chefe de
gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha,
usava o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer tráfico de
influência, indicam escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal. Rosemary
foi indiciada nesta sexta-feira por corrupção ativa e passiva. A investigação da PF começou há mais de um ano. Rosemary
foi flagrada negociando suborno em dinheiro e favores, como uma viagem de
cruzeiro (que ela depois reclamou não ser luxuoso o suficiente) e até uma
cirurgia plástica. Na última conversa dela gravada antes da deflagração da
operação, a ex-assistente de Lula pediu 650 000 reais pelos serviços prestados.
Segundo a
investigação, o papel dela era fazer a ponte entre empresas que queriam comprar
pareceres fraudulentos de órgãos do governo e as pessoas do governo que
poderiam viabilizar a emissão dos documentos. Rosemary foi nomeada por Lula para
esse cargo em 2005 e, desde então, esteve muito próxima ao petista. O fato de
assessorar o ex-presidente fez com que ela própria se tornasse uma pessoa
politicamente articulada. Assim, foi capaz de influir na nomeação de homens do
alto escalão de agências do governo, como os irmãos Paulo Rodrigues Vieira,
diretor da Agência Nacional de Águas (ANA), e Rubens Carlos Vieira, diretor de
Infraestrutura Aeroportuária da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), ambos
presos hoje pela PF.
Rose, como é
conhecida, era presença constante nas comitivas presidenciais ao lado de Lula.
Também foi assessora do ex-ministro José Dirceu por 12 anos antes de trabalhar
diretamente com Lula. Em 2006, o nome de Rosemary constava de uma lista de 65
servidores que efetuaram saques a título de pagamento de despesas da
Presidência da República por meio de cartões corporativos. Na época, havia
registros de saques no valor de 2 100 reais no cartão dela. Deputados de
oposição tentaram aprovar sua convocação para prestar esclarecimentos à CPI que
investigou a farra dos cartões corporativos, mas aliados do Planalto
conseguiram barrar o pedido.

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